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A Esfinge e as Câmaras Secretas

 

Afirma-se que no Antigo Egito, sob a Esfinge de Gizé, existia um templo ao qual somente os “iniciados” de algumas Escolas de Mistério tinham permissão de visitar[1]. Era naquele templo que estava guardado o imenso cabedal de conhecimentos legados por Thoth[2]. Uma parte daquele templo era especialmente dedicada aos chamados “Princípios Herméticos”.

 

Na verdade oficialmente não se sabe o quanto do Templo ainda existe, apenas se sabe que a arqueologia ainda não tem registro oficial da sua existência, pois até o momento apenas alguns indícios insignificantes foram constatados, não suficientes para uma afirmativa, no mais todos os relatos têm como origem o que está escrito em alguns papiros.

 

Tehuti[3], escriba dos Deuses, inventor da escrita.

Thoth arquiteto das Grandes Pirâmides.

 

Alguns papiros referem que Thoth foi o arquiteto das Grandes Pirâmides de Gizé, e que sob elas foi construído um sistema de túneis que levariam a um templo situado sob a esfinge, e cuja entrada localiza-se entre as suas patas. Podemos dizer que essa referência apenas serve como despistamento para a verdadeira localização do templo, e que somente aos “iniciados” de maior grau era dado o conhecimento exato do local do precioso santuário. Embora a arqueologia haja encontrado indícios de uma entrada entre as patas da esfinge na verdade não corresponde àquela que leva ao templo.

 

Relembremos o que já estudamos em outra palestra a fim de fixarmos mais detalhes. O templo a que nos referimos tem o nome de “Templo da Esfinge”, o santuário onde os escritos de Thoth estão depositados, e que somam mais de cem mil papiros, além das tábuas de esmeralda correspondentes aos chamados Princípios Herméticos. Conforme diz a Tradição, a verdadeira história da creação foi gravada em lâminas de esmeralda e que apenas uma delas foi encontrada, as demais só virão a sê-lo no momento oportuno. Contudo, embora esses documentos continuem guardados no “Templo da Esfinge”, ainda assim “eles sempre puderam ser vistos pelos Iniciados como um portal aberto para a verdade antiga”.[4]

 

Os túneis, corredores subterrâneos, que levam às câmaras onde estão guardadas as “tábuas esmeraldinas” são em número de doze que se ramificam em diversas direções.

 

Diz a Tradição que durante a Civilização Egípcia o Iniciado seguia cada um dos corredores e no fim de cada um encontrava uma “tábua de esmeralda”, que era decifrada e cujos ensinamentos deveriam ser bem aprendidos. Com certo esforço, o iniciando decifrava a mensagem e aprendia as lições nela contida. Após decifrar as doze tábuas então, Thoth aparecia ao Iniciando.

 

Maat e Thoth! Dois Mestres do coração de Atlantis.

 

Tomar conhecimento sobre a verdade no tocante a Creação constituía um grande sofrimento para o Iniciando. Depois de sair das Câmaras Interiores, um Hierofante dizia ao Iniciando: “Agora conheces a verdade, teu semblante reflete dor, foste tu que a buscaste, mas não te aflijas, é pela dor[5] da verdade que se chega à libertação”.

 

Era um caminho sem volta, aquele que tomava conhecimento da verdade jamais voltava a ser o mesmo que antes. Daí gerou-se o enigma da esfinge: “Decifra-me ou te devorarei...”

 

A esfinge sempre foi considerada símbolo do mistério exatamente porque no Templo está guardado todo o conhecimento essencial da Creação, assim como o seu propósito que serve de resposta para o grande mistério do “quem somos, de onde viemos e para onde vamos”. Essa indagação deixa de ser mistério para o “Buscador da Senda”.

 

Com o declínio da Civilização Egípcia, o Templo da Esfinge, com o tempo, foi sendo soterrado pela areia do deserto e o povo acabou por ignorar a sua existência, e as iniciações antes ali praticadas diretamente deixando de ser praticadas.

 

Podemos afirmar que o templo dos Mistérios Herméticos existiu e ainda existe, relaciona-se com a Esfinge, mas na verdade somente a Hierarquia da Ordem Hermética tem ciência de sua localização exata assim como do acesso ao seu interior. Neste caso a própria esfinge nada mais é do que um marco, um símbolo do verdadeiro templo que jaz sob as areias do deserto, talvez bem distante da esfinge. Entrando por um portal que dizem existir entre as patas da esfinge chega-se apenas a um pequeno santuário, que na verdade tem a ver com o grande templo.

 

Durante muitos séculos acreditou-se existir apenas Sete Princípios Herméticos e sete câmaras no templo, mas hoje a Tradição liberou esse segredo. Os Princípios são em número de doze. Revistas, livros e mesmo um orientador do Hermetismo podem dissertar sobre os Sete Princípios Herméticos, mas não devem revelar precisamente quais são os restantes. Estes necessariamente têm que ser descobertos pelo discípulo.

 

A não revelação direta dos princípios complementares não indica um sentido de simples segredo. Trata-se de uma forma de exercitar a mente do discípulo a fim de que ela se torne apta para entender os novos conhecimentos que advirão. Por isto é de suma importância que eles sejam descobertos e não simplesmente revelados. Somente um discípulo que examine bem os 7 Princípios básicos consegue descobrir os demais, o que é de capital importância no desenvolvimento psíquico. Se não houver esse esforço a mente do discípulo perde a grande oportunidade de se “abrir” para os mistérios maiores. Aquele que revela os cinco princípios comete o erro de prejudicar, ao menos dificultar muito, o desenvolvimento mental do discípulo.

 

Possivelmente dentro de pouco tempo todos os princípios serão descritos nas publicações esotéricas e mesmo exotéricas, como aconteceu com os 7 princípios clássicos. No passado eles não eram mencionados diretamente, todos tinham que ser descobertos pelo discípulo ao qual apenas era dito que existia certo número de princípios básicos, pilares da creação e manutenção do universo imanente, a respeito do que ele deveria dedicação de direcionar a sua busca.

 

É importante que se diga que tudo o que existe em termos de descrições apresentada em publicações sobre os Princípios Herméticos são simples “migalhas” se comparadas com o que cada um deles contém. Cada um dos princípios encerra conteúdo para um volumoso livro, ou quiçá bem mais. Na verdade o que se tem revelado serve apenas como “isca” para atrair as pessoas interessadas no conhecimento da natureza íntima do universo.

 

 

 

[1] Maiores detalhes nos temas: 862-865-866

[2] Impropriamente chamados de Hermes

[3] Tehuti era um dos nomes oficiais do Deus Thoth.

[4] Acreditamos que somente os Iniciados que atingiram os mais elevados graus podem ter acesso a tais documentos, enquanto os demais os recebem proporcionalmente através de algumas Ordens iniciáticas autênticas ligadas à Tradição.

[5] Por esta razão o titulo do discípulo do Primeiro Grau corresponde em diversas línguas: Aquele que busca a dor (= buscador). Em português: “Buscador da Senda”.

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