"Toda nossa experiência é a experiência de objetos ocupando uma determinada posição espacial em uma determinada ordem no tempo”.
Os Biorritmos
HISTÓRICO:[1]
O conhecimento dos ritmos e ciclos vitais, tanto em seres humanos quanto em animais e plantas, se perde na esteira do tempo.
É evidente, quando se estudam esses conceitos, que, desde a mais remota Antigüidade, as chamadas Escolas INICIÁTICAS já possuíam um acurado conhecimento dos ciclos e ritmos nos seres vivos e na Natureza em geral.
Ocorre que, como os demais conhecimentos ancestrais, que eram patrimônio das castas sacerdotais, notadamente egípcias, somente nos chegaram às mãos fragmentos dos conceitos de ciclos e ritmos universais.
No Antigo Egito os ritmos da natureza já eram bem estudados desde que são manifestações grupadas e estudadas como dos PRINCÍPIOS DE HERMES, como o PRINCIPIO DO RITMO.
Sabemos que a destruição da Biblioteca de Alexandria, ordenada pelo califa Omar, ou a queima dos documentos antigos executada na Europa por exigência do Papa Gregório XIIII, ou ainda pela destruição dos manuscritos Maias por Diego de Landa, privou a humanidade de mais de dois milhões de papiros e manuscritos antigos.
Felizmente algumas Ordens Iniciáticas conservaram muitos daqueles documentos e conhecimentos considerados perdidos.
Assim pouco sabemos, mas o suficiente para o nosso propósito, sobre uma casta de sacerdotes-médicos, denominados de “PERIODÊUTAS”, que viveram suas Escolas na Pérsia, Síria, Egito, Macedônia, Grécia etc. Eram médicos que tratavam baseado nos ciclos biológicos e da natureza. Estudavam e empregavam as interelações entre o organismos e os ciclos.
Heródoto nos deixou, muitas informações sobre os periodeutas, seus sistemas e terapias de cura, ainda que fragmentariamente.
Na Grécia, o mais famoso periodeuta foi o denominado Pai da Medicina, Hipócrates.
Temos ainda periodeutas entre os Pitagóricos e Gnósticos, que exerciam a medicina em caráter sacerdotal.
Aqueles notáveis médicos-sacerdotes tinham um conhecimento profundo de certos ritmos e períodos que se manifestavam no decorrer de algumas doenças, o que lhes facultava prever o seu curso e as medidas adequadas para a cura. Eles davam, como se sabe, maior valor à observação da periodicidade dos sintomas das doenças do que às próprias drogas.
Sabemos que os médicos atuais conhecem uma periodicidade notável de determinadas doenças, como a malária, a febre tifóide, escarlatina, o sarampo, a gripe, etc., bem como aos seus períodos de incubação, etc.
Podemos citar, igualmente, muitos ciclos existentes diante de nós, como as fases da lua, as estações do ano, os ciclos menstruais da mulher, a ovulação, a precessão dos equinócios, o aparecimento de determinados cometas, as marés, a maturação dos frutos ou ciclos vegetativos na natureza, a migração de aves e peixes, etc.
Splenger em “A decadência do Ocidente” defende a idéia de até mesmo que os fatos históricos, assim como os biológicos, fluem em ciclos determinando o nascimento, crescimento, desenvolvimento, e, por fim, o declínio e desaparecimento das civilizações.
Podemos ver que a pessoa deve procurar entender e se conformar diante de certas ocorrências que, por serem ciclos inexoráveis não podem ser modificados segundo o desejo pessoal. Mas, conhecendo-se as leis ocultas, as leis de Deus, pode-se transformar situações, mas jamais elimina-las. Aquilo que é cíclico sempre se cumpre, de uma forma ou de outra, mais cedo ou mais tarde. Por isso quem tem o devido conhecimento pode melhor viver, sem amarguras e revoltas, diante de determinadas situações. Tudo nasce, existe, morre, e renasce. Este é um ciclo inexorável que sempre se cumpre até quando o imenso ciclo cósmico absorver os demais.
Tudo na natureza flui, compassivamente, em ritmos, como na música, na arte, na poesia, na vida orgânica, nos fenômenos físicos, e em tudo o que existe.
Os alquimistas da Idade Média, como o Abade Beneditino Trithemius, foram notáveis periodeutas.
Agripa e Paracelso foram discípulos de Trithemius e, como este, versados em ciclos e ritmos biológicos em geral.
Essas idéias, contudo, eram conservadas mais ou menos ocultas até o aparecimento no final do século XIX do místico e ator teatral Leisner-Ellerbeck, que, por pura intuição, determinou os biorritmos primários de 23 e de 18 dias.
Mas o desenvolvimento científico da teoria dos biorritmos somente se tornou efetivo a partir do ano de 1904 quando o austríaco Swoboda relacionou os biorritmos físico (masculino) e o emocional (feminino) com os compartimentos físicos e emocional do ser humano.
No ano de l906 o Prof. Dr. Wilhelm Fliesse, catedrático da Universidade de Berlim, publicou um alentado estudo sobre os níveis hormonais sangüíneos, relacionados com os biorritmos, corroborando as afirmações de H. Swoboda.
Em 1020 A. Teltsher, de Insbruck, descobriu o biorritmo de 33 dias, que denominou intelectual (espiritual)
Em 1929 o Eng. Alfred Judt estabeleceu, com rigor cientifico, o biorritmo de 33 dias, tendo como colaborador o ilustre Mestre Rosacruz KRUMM HELLER.
Nos Estados Unidos, em 1933, Hersey e Bannett publicaram trabalho eminentemente científico comprovando a teoria dos biorritmos.
Posteriormente, em 1939, o Dr. Früe , descobriu os biorritmos secundários demonstrados através de fascinantes e numerosas experiências científicas.
Em 1939, pela primeira vez a na história, H. Schwing, de Zuric, defende uma tese de doutoramento baseada nos biorritmos humanos.
Na época atual podemos citar notáveis estudiosos dos biorritmos, como os Drs. Tatai e Krauxe-Poray (1954) , George Tomenn (1959) , Prof. Livio Vinardi (1971).
Alem destes notáveis estudiosos podemos citar, ainda Appel, Barlow, Costin, Coguelin, Giltelson, Kaercher, Kinakawa, Wirz e Vood, que, com o ilustre Prof. Livio Vinardi, fundaram a Associação Internacional para a Investigação dos Biorritmos, em Atlanta, Georgia, Estados Unidos, em 1977.
CONCEITOS:
Os biorritmos são aplicados hoje nos mais diversos campos de atividade humana, como na medicina, nos esportes, na educação, na prevenção de acidentes, psicologia, relações humanas, etc.
Os biorritmos são energias que atuam não só no campo físico, como também no campo bioplasmático do ser humano e dos animais.
Essa afirmação é comprovada através da Kirliangrafia e de outros processos científicos.
Como diz o Prof. Vinardi: “Os biorritmos são causas, veículos ou ferramentas da manifestação do EU em seu duplo aspecto, consciente e inconsciente”.
Krause-Pouray denomina, muito acertadamente, os biorritmos de 23, 28 e 33 dias, de biorritmos primários ou básicos.
Esses três biorritmos são conhecidos também por biorritmo físico (masculino), biorritmo emocional (feminino) e biorritmo intelectual (espiritual).
Cada biorritmo permite a expressão de determinada e específica modalidade de nossa totalidade bio-psico-energética.
Os biorritmos, como fartamente demonstrado, estão intimamente ligados às glândulas endócrinas, determinando maior ou menor nível sangüíneo de hormônios na corrente circulatória conforme as fase alta e baixa (recuperação) dos biorritmos.
Fig. 1
No sentido gráfico os biorritmos podem ser representados por uma curva que se repete, cumprindo um determinado ciclo.
Apesar de agirem entrelaçamento não há interdependência entre os ciclos biorrítmicos, em que pese a simultaneidade.
Os ciclos, naturalmente, são compostos de semi-ciclos de igual duração sendo conhecidos por positivos ou plus e negativos ou minus.
Os semi ciclos são também denominados fases, o que implica em que cada um tem uma fase alta (ou “plus”) e uma fase baixa (ou “minus”) .
Os valores de 23, 28, e 33 dias são primos entre si, donde resulta matematicamente um produto que nada mais é do que o número de recorrências.
Assim: 23 x 28 x 33 = 21.252 dias (58 anos, 2 meses e 8 dias), quando as condições do nascimento voltam a se repetir.
Agora vamos revelar algo muito de grande importância. No dia de recorrência aqueles dia é como se a pessoa estivesse nascendo novamente, tudo se inicia. É um momento em que a pessoa pode modificar totalmente a sua vida, pode reestruturar tudo, por isso é um momento que não deve ser esquecido, por ser um momento único na vida de uma pessoa.
O objetivo básico dos cálculos dos biorritmos primários consiste não em determinar o número de períodos cumpridos pela pessoa, mas em que ponto da curva a pessoa está nesse dia. Isto eqüivale a conhecer as capacidades psico-orgânicas e as possibilidades de manifestação das respectivas eras.
Então, como o ponto mais importante, deve entender-se invariavelmente que os biorritmos indicam uma predisposição psico-orgânica e não os acontecimento em si.
Por essa razão, a periodicidade dos biorritmos permite prever e prover condições mais adequadas em cada setor respectivo, sem que isto signifique, de modo algum, um condicionamento ou uma forma de escravidão.
Pode haver interrupção e, portanto, alteração de algum dos biorritmos em forma não fatal, em casos de acidentes ou em casos especiais de alteração da normalidade como sejam: parada cardíaca, choques elétricos violentos, catalepsia, etc.
Os biorritmos envolvem todas as capacidades psicofísicas da pessoa, especialmente aquelas regidas pelas funções das glândulas endócrinas (glândulas de secreção interna), assim podemos afirmar que cada função está ligada à um dos ciclos. Citaremos os principais.
BIORRITMO FÍSICO OU MASCULINO:
1) Funções da Matéria; 2) Lógica intelectual; 3) Disposição material; 4) Instinto comercial; 5) Egoísmo; 6) Instinto de conservação; 7) Sentido pratico; 8) Força vital; 9) Corpo físico.
BIORRITMO EMOCIONAL OU FEMININO:
1) Sistema sangüíneo; 2) Reação sobre o exterior; 3) Vida instintiva; 4) Sexualidade; 5) Altruísmo; 6) Senso de sacrifício; 7) Sentimento artístico; 8) Destino.
BIORRITMO INTELECTUAL OU ESPIRITUAL:
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Sistema nervoso; 1) Lógica intuitiva; 3) Fe ; 4 Sabedoria; 5) Impulso criador; 6) Idealismo; 7) Religiosidade; 8) Vida superior; 9) Espírito.
[1]- Este tema é um extrato de um curso de Bioritmologia realizado por José Laércio do Egito e o Dr. João Pires, em Umuarama, Paraná , em 1977.