Elementais e Espíritos da Natureza
“Tudo vive pelo movimento, tudo se
mantém pelo equilíbrio, e a harmonia
resulta da analogia dos contrários”. LEVI, Eliphas
Inicialmente queremos explicar o sentido em que usaremos os termos Elementais e Elementares, pois existem autores que os usam indistintamente indicando uma mesma coisa, outros usam o termo elementais quando deveriam usar elementares e vice-versa.
Vimos na palestra anterior que o universo está inundado por miríades de formas de vida, de expressões da Consciência. Dissemos que a vida existe em tudo quanto há no Universo, assim sendo nós podemos concluir que ela se expressa em muitas categorias de seres. Muitas pessoas julgam que consciência é apanágio do ser humano, mas não é assim, existe um grande número de formas de existência dotadas de clareza de consciência bem além da humana.
Visando indicar as formas de existência semelhante à nossa a palavra usualmente empregada é humanidade; essa palavra refere-se à totalidade das formas de consciência encarnadas em corpo humano.
De uma forma genérica, quando falamos em espíritos estamos nos referindo à consciência que se manifesta na criação como seres placentários, isso é, animais que nascem por parturição, grupo em que se incluem os seres humanos.
Os animais não planetários não têm um eu individualizado por isso neles a consciência se expressa diferentemente de como o faz nos seres placentários, isso é, naqueles que têm individualidade, que têm um eu individual.
Já estamos diante de duas situações: Seres com individualidade, com eu diferenciado, isso é, consciente de si mesmos, e seres sem consciência de si, mas em ambos os casos a consciência se faz presente, apenas o que há são diferentes características de manifestação. Onde quer que haja vida há manifestação de consciência sendo assim podemos dizer que todos os seres de alguma forma têm espíritos.
Baseado em certa doutrina usamos o termo espírito para indicar consciência individualizada e personalizada e encarnadas como placentários (seres que nascem por parturição).
Pelo número de “seres vivos” encarnados e existentes na terra podemos sentir que apenas uma pequena parte do reino animal tem consciência individualizada. E mais, a espécie humana cobre um mínimo do total das formas paridas existentes na terra.
Vemos, portanto, que a maior parte do reino animal tem consciências que governam as funções, mas que não são espíritos personificados e sim força vital, mas que pode ser visualizada com alguma forma específica.
O corpo humano, por exemplo, constituído por miríades de células, tem um espirito que o anima, mas por sua vez cada célula também tem uma forma de consciência que a anima. Isso é verdade e pode ser facilmente evidenciado experimentalmente. Uma célula pode ser retirada do corpo e cultivada numa placa de vidro, num meio de cultura apropriado em laboratório. Aquela célula continua viva, portanto, tendo presente força vital; ela tem vida e consequentemente consciência também. De um modo geral podemos dizer que uma pessoa tem um espírito governando a totalidade do corpo, mas que simultaneamente tem triliões de algo semelhante a espíritos (espíritos das células). Algumas doutrinas dizem que os sistemas celulares, assim como insetos e outros seres inferiores da escala filogenética, têm espíritos grupais, isso é, têm um só espirito governando uma plêiade de unidades. Não confirmamos ser isso verdade, pois facilmente pode-se constatar ser uma hipótese inverídica, senão vejamos. Se uma célula tivesse apenas uma alma grupal como então se explica que até uma simples célula pode ser retirada do corpo e cultivada viva fora deste? - Se o a alma fosse grupal seria impossível retirar do grupo uma célula e cultiva-la viva fora do grupo. - O que acontece é que, enquanto as células estão grupadas integrando um corpo complexo o espírito, que tem a posse dessa estrutura, em grande parte comanda a totalidade das unidades constitutivas, mas ao mesmo tempo cada uma das unidades também tem o seu espirito próprio comandando funções específicas.
Deixamos claro que existem os espíritos que foram criados e que se desenvolve como pessoa, que a linhagem desses espíritos é a dos placentários gerais (animais que parem) e que terminam o desenvolvimento no nível humano.
Sabemos que o grau dos seres humanos difere muito, isso é o que corresponde ao desenvolvimento espiritual da pessoa. Há espíritos bem desenvolvidos e até mesmo iluminados, mas concomitantemente há os espíritos atrasados, envolvidos, trevosos, muito imperfeitos ainda. Estes são os chamados Elementares. Essa palavra indica que eles são primários no que tange ao desenvolvimento espiritual, que ainda não se definiram no sentido da do retorno à possibilidade. Algumas doutrinas chamam-nos de espirito trevosos, atrasados, obsessores, diabólicos, etc.
Embora muitos autores e doutrinas denominem aqueles espíritos pela palavra elemental ou elementares queremos dizer que essa palavra não é adequada para defini-los, pois na realidade ela indica uma outra linhagem, aquela referente aos seres ligados aos quatro elementos básicos da natureza (fogo, água, ar, terra).
Em razão de existir consciência em tudo quanto há, em qualquer manifestação no Cosmos, consequentemente em tudo o que existe há espirito sob alguma forma. (os Rozacruzes chamam de energia de espirito). Como tudo tem consciência e esse tudo se manifesta sob um número incomensurável de formas, por certo existem muitas linhagens de seres não materiais dentro da criação. Todas as coisas no universo têm, portanto, algo equivalente a um espirito, presente em todos os planos, mas com características bem distintas daquela inerente ao ser humano. Exatamente são estes espíritos dessas linhagens não humanas e ligadas aos quatro elementos que devem ser chamados ELEMENTAIS (palavra ligada a elemento).
Do mesmo modo que o espirito humano pode estar em nível de mundo denso, de mundo físico, encarnado, e mesmo neste mundo menos ou ser mais desenvolvido, pode estar num dos planos não densos, num dos outros sete planos, o mesmo acontece com todas as diferentes expressões de consciência do Universo. Assim como no seu desenvolvimento o espirito humano pode estar situado em um nível inferior na escala, também ele pode estar bem mais elevado, assim como pode a consciência estar mais ou estar menos envolvida com as coisas inferiores, ter o poder limitado ou acentuadamente livre, ter a consciência obscurecida ou já bem clara, já próximo à onisciência; o mesmo acontece com muitas linhagens.
Há linhagens que não desceram até os níveis inferiores da criação e muitas outras sim. As que não desceram genericamente são chamadas de ANJOS DIVINOS. Por sua vez aqueles anjos que desceram na “Árvore Sephirótica” quando encarnam recebem o nome de espírito.
No que se refere às formas de consciência ligadas aos elementos básicos do mundo material, os elementais, por sua própria missão desceram até os planos mais densos. Por isso abrangem inúmeras categorias e vários níveis de expressão que vão do nível mais inferior e chega a um nível superior.
Assim sendo ao nível da água material as formas de consciência inerente a ela neste nível são muito atrasadas em comparação com as homólogas manifestadas nos níveis mais elevados.
Quando nos referimos em palestras anteriores a gênios do fogo, mencionados em iniciações estamos nos referindo aos níveis superiores de consciência do elemento fogo.
Nos níveis superiores os Elementais recebem o nome genérico de DEVAS enquanto nos níveis mais baixos da escala eles têm inúmeras denominações genéricas conforme a área de atuação. Por exemplo, no nível mais inferior do fogo é denominado Xangô cujas expressões ao nível da matéria densa recebem o nome de salamandra; enquanto no mais elevado DJIN, cuja expressão angelical é MI-GUEL.
Na linhagem fogo há níveis, portanto, há estados de menor e de maior clareza de consciência, indo de um nível imperfeito até um nível perfeito.
Como se pode evidenciar pela “Árvore da Vida” a coluna direita (Hockhmah) Vida”, em que se situa a linhagem fogo, não se esfacelou, não houve diversificação em sua natureza como aconteceu com a coluna da esquerda (Binah). Na coluna da direita não houve propriamente esfacelamento algum e sim uma projeção em sete níveis (sete raios). Assim sendo há um número reduzido de elementais do fogo. O que partiu de Hokhmah se diversificou pouco, ocorrendo o inverso com o que teve origem a partir de Binah. Desta sephirah surgiram quase que a totalidade das formas de existência do universo, exceto o fogo. Vide fig.1.
Vamos explicar isso melhor com um exemplo. Pela “arvore da vida” o nível mais inferior do espirito humano é Malkut, corpo físico, denso e o mais elevado é a perfeição em Kether. A mesma coisa acontece com o fogo, no nível Malkut o fogo pode ser considerado muito atrasado em contrapartida ao nível Kether em que ele é a verdadeira luz.
A água, por sua vez, embora se apresente numa linha direta (os 7 estados da água) também é pequeno o número de formas de consciência que apresentadas. São a consciência do estado gelo (gênios das geleiras), do estado liquido (Ondinas Senhora das Águas, Iemanjá, Mariana e outras); do estado de gasoso, vapor, etc. No nível mais inferior da linhagem água o elemental recebe o nome genérico de ondina e o mais elevado o DEVAS o Niksa = Ni-Ksa, cuja expressão angelical superior é Ga-Bri-El.
No elemento ar no nível inferior manifesta-se o elemental denominado genericamente silfo e no nível mais elevado Paralda = Pa-Ral-Da cuja expressão mais alta, angelical, é Ra-Fa-El.
No elemento terra em seu nível mais denso os gnomos e no mais elevado Ghob = Go-Ob cuja expressão angelical é A-Ri-El (Ariel).
Como se pode evidenciar pela “Árvore da Vida” a coluna direita (Hokhmah) Vida”, em que se situa a linhagem fogo, não se esfacelou, não houve diversificação em sua natureza como aconteceu com a coluna da esquerda (Binah). Na coluna da direita não houve propriamente esfacelamento algum e sim uma projeção em sete níveis (sete raios). Assim sendo há um número reduzido de elementais do fogo. O que partiu de Hokhmah se diversificou pouco, ocorrendo o inverso com o que teve origem a partir de Binah. Deste sephirah surgiram quase que a totalidade das formas de existência do universo, exceto o fogo. Vide fig.1.
Existem miríades de coisas no universo e todas resultam dos 7 elementos da natureza, portanto as miriades de formas resultantes de combinações dos elementos. Isso nos traz uma série de implicações, e uma delas é a impraticabilidade de ser estabelecido uma classificação individualizada dos elementais inerentes a cada coisa existente. Como há uma expressão de consciência em cada coisa, ou seja, um aspecto elemental de tudo o que existe, o resultado é a existência de uma quase infinidade de elementais. Assim torna-se impraticável denominar cada elemental existente em todas as coisas, por isso Usa-se a palavra Espíritos da Natureza no sentido amplo: Todos os termos usados como Ondina, Gnomos, Duendes, Fadas, etc. são apenas individualizações de Elementais e Espíritos da Natureza.
Usa-se a expressão Espírito da Natureza indicando as formas de consciência inerentes às coisas complexas que não são apenas fogo, água, ar e terra.
Resumindo: Para indicar a consciência inerente às diretamente aos sete elementos (quatro manifestos no mundo denso) usamos a palavra (elemental) ou Elementais, e para as consciências ligadas às coisas complexas em nível de expressão material usamos o termo Espíritos da Natureza, e simplesmente Espírito para os seres da linhagem humana em desenvolvimento.