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Os Elementos da Natureza

“Deus age pelas suas obras; no céu opera
pelos anjos e na terra pelos homens”. LEVI, Eliphas

Os Elementos da Natureza

Na palestra anterior vimos que as expressões de consciência no Universo não são isoladas desde que fazem parte de um único sistema. Dissemos também que tudo quanto há no Universo, de alguma forma tem consciência e que aquilo que julgam ser consciências isoladas são apenas frutos de uma limitação da manifestação em decorrência da diversificação das coisas existentes. Como tudo é uno as coisas no Universo interferem-se mutualmente, quer as formas consideradas pela ciência como sendo vivas quer as coisas ditas inertes.

Como existem interferências, podemos dizer que tem que haver um equilíbrio entre os diversos elementos do Universo, que tem que haver uma forma harmônica em que todas as coisas possam manter o padrão de atividade que lhe for próprio a despeito das interferências. Na realidade as interferências podem ser positivas (favorecer) ou negativas (dificultar) o equilíbrio dos seres. No plano físico sabemos que há os elementais da terra, da água, do ar e do fogo e que interferem na vida humana e que o homem não pode viver sem eles, mas também não pode viver sufocados por eles. Tem que haver o equilíbrio. Como a interferência não se faz presente somente no plano físico, mas também nos planos mais elevados da criação, temos que admitir que tem que haver uma interferência mutuamente equilibrada, uma interação em proporções ideais.

São múltiplas as condições que acarretam desequilíbrios dessa harmonia, quer a nível material, nível denso, quer a nível mais refinado. Assim como o ser humano pode equilibrar a interação dos elementos densos, dos elementos constitutivos do mundo denso, da mesma forma ele tem condições de intervir nos planos mais elevadas. Ou seja, além da interação em nível do plano denso tem também a considerar a nível astral, em nível dos demais planos.

Já podemos sentir que se o nível astral interfere nas condições humanas a nível denso, por certo tem que existir algum meio de comandar essa ação. Embora tudo funcione mediante leis naturais, é possível dentro da própria lei se anular, provocar, ampliar, diminuir e alterar uma ação. Assim sendo é dado ao homem ter o direito de intervir sobre os planos mais elevados também. Os elementais da natureza, que são expressões de consciência inerentes aos elementos da natureza, são unidades de consciência que agem no astral e que podem intervir sobre as pessoas e assim direcionados em muitos sentidos.

Do que dissemos resultam duas indagações importantes: Para quê agir sobre os elementais e como fazê-lo.

Vejamos a primeira indagação. Basicamente é possível invocar o auxílio dos elementais visando determinados fins, objetivando algum tipo de modificação nas coisas, mas isso deve obedecer a um critério de bastante seriedade para justificar o ato e também a pessoa para não se expor a muitos perigos deve ter conhecimentos suficiente para não correr sérios risco. É importante se saber o que se está fazendo, haja visto que os elementais não têm discernimento próprio e assim sendo podem ser direcionados em múltiplos sentidos, quer sejam sentidos negativos quer positivos. No sentido negativo há os que invocam os elementais sabendo o que estão pretendendo fazer, intencionalmente dos fins negativos, prejudiciais, nefandos, e outros que o fazem em sentido inverso, buscando o equilíbrio e o bem (embora o bem seja algo muito relativo ).
Diante das múltiplas situações desequilibradas presentes na vida e no dia a dia de cada um, se a pessoa souber como comandar os elementais terá excelentes aliados por certo podem melhorar muito as condições da vida pessoal, facilitando tudo de modo marcante.

Não é fácil administrar a capacidade pessoal de poder agir com os elementais pois nunca se tem certeza do que é errado e do que é certo diante de uma situação qualquer. Muitas vezes uma atitude que em um momento nos parece certa num momento depois vemos que não era aquela a melhor atitude a ser tomada.

A ligação com um tipo de elementar tem que ser devidamente dosada, nem a menos e nem a mais, tudo em que ser na medida certa. Por exemplo, uma ligação muito forte com um elemento pode acarretar problemas, tal como uma ligação muito fraca também. Quanto acontece isso pode ser corrigido desde que a pessoa tenha o devido conhecimento da natureza e da maneira de ser do elemento envolvido e da maneira de ser como a pessoa está se sentido ou se comportando.

Vejam o que queremos dizer com a afirmativa anterior. Por exemplo, uma pessoa que mantiver uma ligação muito forte com o elemento ar por certo tem um comportamento volátil, não se fixa coisa alguma, não estabelece raízes; o pensamento dela vive ausente flutuando muitas vezes num mundo de ilusões e quimeras. Isto não é bom para o desenvolvimento espiritual, sendo assim é bom que essa pessoa torne-se mais um pouco terra, mais fixo.

Vamos mencionar algumas situações que facilitam o entendimento do que estamos explanando. O elemento terra, por exemplo, é o mais fixo de todos, portanto é o oposto do elemento ar. Assim sendo a pessoa pode invocar o auxilio dos elementais da terra equilibrando a sua condição de instabilidade de uma pessoa ar. Por outro lado, uma pessoa pode ser muito materializada, muito presa às coisas densas, portanto ser do elemento terra, que também é uma pessoa sem grandes voos do intelecto, obtusa, obstinada e com muitas outras características inerentes à uma condição de fixidez. Neste caso existe uma ligação terra muito forte, desequilibrada, portanto, e sendo assim é preciso o auxílio do elemento ar para restabelecer o equilíbrio desejável. É então que invocando-se os elementais do ar torna-se possível corrigir, equilibrar esse estado.

Uma pessoa fogo é altamente explosiva, inflamável, irritável e isso pode ser corrigido através do elemento água, pois a água pode até mesmo apagar o fogo. Na dosagem certa os elementais da água amenizam os ímpetos de fogo. Se o elemento fogo está com fraca ligação a pessoa perde a agressividade controlada, o ímpeto de fazer e de realizar. Neste caso ela precisa do elemento do ar; o ar acende, intensifica o fogo, mas se for em excesso ele pode apaga-lo. Tudo tem que ser feito dentro de um perfeito sentido de equilíbrio. Um indivíduo fogo tem um metabolismo muito acelerado e disto podem advir problemas sérios, neste caso ele necessita do elemento água. Um organismo intoxicado carece do elemento água e diminuição do elemento terra. Pode ter carência de substâncias necessita aumentar o elemento terra. Pode ter bastante elementos químicos no organismo e este não serem utilizados adequadamente por falta do elemento água para dissolve-los e veiculá-los adequadamente, e do elemento fogo para o metabolismo e mesmo do elemento ar. O ar aumenta a ação do fogo (soprando o fogo acende melhor). Uma pessoa pode ter os elementos químicos necessários à saúde (elemento terra) mas eles não serem veiculados com precisão por deficiência do elemento água, ou não ser bem metalizado por carência do elemento, e mesmo assim ainda temos que levar em consideração que o elemento fogo no plano denso não age sem a presença do elemento ar.

Com o que dissemos o discípulo pode dar vazão à imaginação e descobrir um manancial imenso de situações inerentes à natureza humana e dos seres em geral.

Na agricultura, se um solo é pobre tem que ser suprido do mineral necessário, mas o mineral só é ativado se houver a interferência do nível astral. Assim sendo, podemos dizer que não é somente a presença química que tem que ser levado em conta; os elementos químicos têm que ser ativados, neles deve se fazer sentir uma expressão de consciência no comando da função que deve exercer, e isto tem muito a ver com o elemental da terra. Mas pode tudo isto estar correto mas haver falha não ao nível do elemento terra (presença dos minerais) mas sim no nível água, ou no ao nível fogo (assimilação e metabolização) ou no nível ar ( implemento metabólico do vegetal).

Mas, o inverso de tudo isso soe acontecer, quer seja intencionalmente ou não, muitas vezes por simples ignorância desses princípios ditos ocultos da natureza. A dificuldade resulta de o homem pensar que tudo é resolvido a nível material apenas, no nível denso, ignorando-se que não e assim, que há outros planos e que este que ele acredita ser o todo na realidade é apenas um deles e, ainda mais, é o menor e o mais limitado de todos. Tudo o que existe no mundo denso tem uma réplica no astral onde além das expressões de todas as coisas que não que aqui existem, ainda tem um número bem mais elevado de formas de expressão própria daquele plano.

Como veremos em outras palestras, os Devas, por exemplo, têm existência própria no mundo astral mas não no mundo material. Eles podem agir no mundo material mas a partir do planos superiores desde que não são formas de existências próprias no mundo denso.

No astral estão presentes os elementais criados pelas mentes das pessoas, dos seres, as formas de pensamento que não são existências do mundo denso. Há muito mais expressões de consciência no mundo astral, mas que não vamos citar no momento; basta que se perceba que o mundo material é muitíssimo menos povoado que o mundo astral.

Tudo o que dissemos resulta na própria natureza sétupla do universo pois em cada nível superior encontram-se os modelos organizadores do imediatamente abaixo. Assim podemos dizer que no mundo astral (6º. plano) situam-se, aquilo que a ciência denomina de modelo organizador biológico de todas as formas existentes no mundo denso. A própria ciência hoje já afirma que tudo o que existe no mundo material é estruturado a partir de modelos energéticos. Isto é verdade e assim podemos sentir que a própria ciência já está chegando à essa compreensão que no passado era apanágio das ciências herméticas.

Muito mais longe no que diz respeito aos mundos como indutores tem chegado à física quântica quando afirma que aquilo que é chamado de NADA não é um vazio absoluto, é na realizada o “vazio quântico” e que nele existem “informações”. Assim sendo chega-se à conclusão de que todas as coisas são réplicas de outras e que há uma estreita relação entre as expressões das consciências que povoam todo o Universo.

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Notas explicativas:
1- Na realidade não existem coisas inertes, usamos essa expressão segundo a conceituação da ciência oficial.

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